Orelhadas sobre músicas, músicos e música

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

perla [2002]


pérolas da memória

por Marcus Preto

Cantora paraguaia comemora o lançamento de seu 50º disco com entrevista pra TPM

A gente aqui da TPM gosta da Perla. Os sábados da nossa infância, lá nos anos 70 e 80 [sim, a gente nasceu no começo dos anos 70], eram todos regados a "Cassino do Chacrinha", aquele programa apresentado pelo Velho Guerreiro [que parecia um boneco, um palhaço, um amigo, um avô, um Papai Noel...] onde algumas mulheres rebolavam [como a gostosa da Rita Cadillac] e alguns cantores [que sumiram, cadê o Marcello, cadê?] mostravam as músicas que estavam tocando sem parar no rádio.

E é de lá que a gente lembra da Perla. As versões em português que ela fazia do ABBA eram muito mais legais de cantar. "Chiquitita" virou "Pequenina", "The Winner Takes it All" virou "O Jogo Já Acabou" e "Fernando" virou "Fernando", mesmo. Morando na Granja Viana, Perla está comemorando este ano seus 50 discos gravados [que a gente achava que eram só 49, burros!]. A conversa com a cantora durou horas e horas e uma coisa ficou vagando no ar durante toda a entrevista: nossa infância era muito mais divertida do que a gente lembrava.


É verdade mesmo que você já gravou 49 discos?
50, já vai sair o 51.

Não é possível! Você não está somando aí as coletâneas?
Não, não, não. Vão sair duas versões do Perla, Nossas Canções, gravadas no Brasil e no exterior. Isso que está fazendo o Alexandre Pires agora, já fiz tudo três vezes. No disco de vinil, a gente usava muito instrumentação acústica, que agora volta a ser moda. Mas isso sempre foi minha base. Está indo pro exterior, meu material: Suíça, Canadá e Londres. Eu agora sou uma artista independente, tenho a gravadora meio a meio, então meu trabalho tem prioridade.

Você é sócia da gravadora?
Tenho sociedade.

E qual é a diferença entre fazer um disco independente e numa grande gravadora?
Você tem mais, liberdade. Eu sou uma artista que vim do show ao disco. Não fui fabricada por gravadora. A diferença é isso: você tem uma escolha própria de compositores. Eu, graças a Deus, caí nas graças da RCA na época e gravei lá vários discos. E não saí de lá porque quis. Foi meu falecido marido, eu estou viúva há 16 anos. Ele que me atrapalhou na minha carreira, queria me tirar da gravadora com quem eu me identificava muito bem, tanto no Brasil quanto no exterior.

Ele conseguir te tirar?
Sim. Você não sabe o que eu passei. Meu marido queria cobrar muito caro por mim. E era uma época em que a gravadora estava mandando muitos artistas embora. Eles estavam interessados em ficar comigo. Daí, eu tive uma discussão com meu marido, fiquei muito triste. Porque foi uma coisa que eu semeei tanto, era minha vida. Eu fui a menina dos olhos deles, representava o Brasil lá fora. O Roberto Carlos era da CBS e a Perla era da RCA. E assim íamos. A gente se encontrava: Roberto Carlos, Nelson Ned, foi uma época maravilhosa. Porque não é fácil fazer sucesso lá fora. Como não foi fácil para mim fazer sucesso aqui no Brasil.

Por quê?
Eu tinha que dançar conforme a música de vocês. Era apaixonada pelos turistas brasileiros que iam ao Paraguai, eles me aplaudiam muito e diziam: “Essa menina está se perdendo aqui, tem que ir ao Brasil”. Aí surgiram os papos que eu parecia muito com grandes cantores brasileiro: Ângela Maria, Agnaldo Timóteo, Agnaldo Rayol, Cauby Peixoto, essa turma toda. Eu tinha loucura para conhecer. Mas não tinha condições, porque vinha de uma família muito humilde e simples. E eu era do conjunto “As Maravilhas do Paraguai” - formado pelo meu pai, minha irmã Fanny, meu irmão Kiko e eu. Éramos seis irmãos, numa mistura de espanhol, alemão, polonês e índio. Então, não foi fácil me desfazer do grupo do meu pai porque eu era a cabeça, né? O centro.

Como você veio parar no Brasil?
Me apaixonei por um brasileiro. Esse, de quem eu fiquei viúva. Eu sempre ouvia Rádio Globo, Rádio Tupi de madrugada num radinho em casa. Então, sonhava, mas nunca houve alguém querendo me trazer, sabe? Eu pensava até em fugir pra vir pro Brasil. Era o lugar mais perto pra mim do Paraguai. Outros países de que eu gostava muito eram México e Espanha. Por causa das músicas, dos filmes. Aí achei um brasileiro e me casei.

Ele estava viajando pelo Paraguai?
Ele tinha o negócio dele lá, uma importadora. E ia, à noite, na casa de shows e me assistia.

Você se apaixonou mesmo por ele ou ele foi um meio de você vir para o Brasil?
Não, não, não. Eu me apaixonei. Eu nem acreditei. Minha irmã Fanny, que cantava comigo, é muito namoradeira. Ela é mais bonita que eu. Então, não tinha rapazes para querer namorar comigo. Minha vizinha me dizia: “Perla, tua irmã tá saindo, eu vi um rapazinho vindo buscar sua irmã”. Meu pai era muito ciumento, mas minha irmã dava sempre um jeito. E eu respeitava muito ele. Eu dizia que só namoraria uma pessoa que gostasse de mim e eu dele. Eu queria me entregar virgem. Mas, um dia, uma senhora veio me dizer que tinha uma velhinha lá no rancho que sabia ler carta. “Eu não acredito nessas coisas, são coisas del diablo!”, eu disse. Olha como era minha cabeça... E a senhora continuou: “É só levar açúcar, arroz ou chá mate que ela lê pra você”. Aquilo ficou me incomodando até que uma tarde...

Você foi!
Fui. Ela era uma índia, de cabelo grisalho, miudinha, de trança. Sentei num banquinho e a primeira coisa que ela disse foi da minha carreira, que eu ia longe. Segunda coisa: eu estava muito triste porque minhas roupas de show sempre apareciam queimadas com ponta de cigarro. Quem fazia isso? Eu não descobria nunca. A velhinha descobriu: “É a outra cantora da casa que tem inveja de você”. Eu tinha uma voz muito possante, então me destacava e conseguia levantar o público em pé para me aplaudir. Ela ficava com ciúme. Depois disso, fiquei preocupada: eu vou conseguir um namorado na minha vida? Alguém vai gostar de mim? Ela tirou outra carta e disse: “Tá vindo alguém de longe, mas vem de passagem”. Ah, assim não interessa, uma pessoa que vem e depois vai embora e eu fico aqui a ver navios, eu falei. Tirou outra carta: “Não, ele é de uma família muito rica”.

Ela foi acertando tudo?
Foi, mas eu achei que não ia dar certo, gente rica não gosta de pobre e eu era pobre. Porque tinha pessoas ricas que gostavam quando eu cantava, mas depois se afastavam. Tanto assim que esses homens ricos que se afastaram de mim lamentaram depois por não terem se casado comigo. Eles se casaram e vieram em lua-de-mel ao Rio de Janeiro pra me ver cantar. É um desafio que eles fizeram. Não se conformaram que um brasileiro me namorou e me tirou do meu país.

E como foi que começou esse namoro?
Eu o conheci em novembro, em maio já estávamos casados. Ele gostou primeiro da minha irmã Fanny, no palco. Mas ela é muito rebelde, ciumenta. Como ele me via sempre ajudando minha mãe, muito dona de lar, muito meiga, muito respeitosa – e minha irmã não era assim -, percebeu a diferença. Ele passava muito mal, vomitava por causa da separação dele, porque a primeira mulher dele tinha filhos. E nós fazíamos canja, chá, começamos a cuidar dele, dar atenção. Eu fiquei com dó dele, entendeu?

Casou por dó?
Nunca quis roubar marido de ninguém, ele já estava separado. Até então, eu nem sabia que ele era casado. Só descobri mesmo por causa de um chaveiro de ouro que tinha o nome dele de um lado e, do outro, o dela: as iniciais RM. Um dia, ele estava deitado na rede e eu perguntei: “Esse aqui é seu nome, JR, João Reinaldo. Esse outro lado da placa de ouro, RM, pra nosotros aqui são iniciais de Rosa Maria”. Ele levantou, coçou a cabeça e me perguntou: “Você está preparada para ouvir? Se quiser continuar comigo, continua. Se não quiser...” Aí, me contou, dois meses depois de eu estar gostando dele.

Mas foi tudo bem?
Foi, ele estava se separando, começando uma nova vida. Quando eu comentei com minha mãe, pelo amor de Deus, desabou todo o mundo! Mas ela me deu muita força: “Se esse é o homem que você gosta...”. Teve que enfrentar meu pai pra realizar o casamento. Casei na minha casa, porque ele era casado na igreja Candelária, no Rio. Meu pai foi contra até o último. Mas depois eu vim de carro para o Brasil e seguimos nossa vida.

Você se arrependeu de ter casado com ele?
Não, agora eu diria assim. Eu gostei de ter me casado com ele. Porque eu amei o muito. Só que, com o tempo, eu vim descobrindo um homem que eu estranhei demais, que foi se modificando, que foi me castigando, ciumento. E eu era muito inocente e sem maldade. Ele era mau com todas as pessoas que se aproximavam de mim. Sofri muito. Então, hoje eu zelo mais por mim, pela minha carreira, faço as minhas vontades, quero estar perto do público. Antigamente, ele me fiscalizava, eu não podia ganhar um abraço, eu não podia me abraçar, um olhar que se fazia, ele ficava depois descontando. Ria na frente, mas depois batia em mim. Isso tudo foi me sufocando.

Ele te batia?
Sim! Assim, o que eu sentia por ele foi acabando. E me doeu muito. Eu era propriedade dele, como se fosse um objeto. Graças a Deus, meu público... eu, através do canto, era livre e conseguia voar. Porque eu vivia numa gaiola de ouro e não era mais feliz. Minha felicidade é ter minha religião, estar novamente perto da minha família – porque ele também me afastou da minha família – e estar perto dos meus fãs, receber meus fãs, conversar.

Era por onde você escapava...
Hoje em dia, mudou muita coisa, a televisão, não temos mais aqueles espaços bonitos, de grandes shows, hoje tem menos shows, mas sempre as mesmas pessoas, o espaço ficou pequeno pra nós, os verdadeiros artistas. Vieram muitas modas, que eu respeito, tudo bem, mas tirou nosso espaço. Isso na televisão, porque na lembrança do nosso público nós estamos sempre firmes. Eu, Jair Rodrigues, Timóteo, Agnaldo Rayol, toda essa turma. E meu marido me levou tudo, me roubou tudo.

Ele ganhava muito menos dinheiro que você?
Ele cuidava do meu dinheiro. Não trabalhava, era eu que trabalhava. Me roubou tudo, eu fiquei sem nada. Fiquei com minha filha adotiva e com minha voz. Eu tinha que começar de zero.

Isso no final do seu contrato com a gravadora RCA?
Depois da RCA veio a Copacabana. Na Copacabana, ele ainda estava vivo. Ele não queria que eu tivesse filho porque eu tinha que cantar sempre. Eu chorava que queria ser mãe. Minha vida, como me disseram muitos artistas e eu fui conferir, foi muito parecida com a da Tina Turner.

E você nunca pensou em se separar dele?
Muitas vezes. Mas ele me ameaçava de morte. Aí, comecei a sentir a palavra “medo”. Minhas amigas, minha família, estava todo mundo longe, pra quem eu ia pedir socorro? Eu não conhecia outras pessoas, não ia na casa de ninguém, sempre ia com ele, ele me controlava, tinha que estar perto dele. Até que ele morreu.

Foi bom, né?
Fiquei em paranóia: passei um ano em meu país pra me recuperar, não deixei a imprensa invadir, fui sofrer sozinha. Depois voltei, eu tinha que pagar minhas contas, cuidar da minha filha, meus pais cuidaram de mim. Tive que começar de zero, não é fácil começar novamente. Minhas pessoinhas foram se aproximando de mim. Eu chorei muito. Ele me fez perder totalmente minha identidade. Eu deixei de gostar de mim.

Como assim?
Eu não podia nem ver capa de disco, nem me ouvir. Eu pedia aos meus empresários para que, quem viesse ao meu camarim falar comigo, que não dissesse “meus sentimentos” ou “meus pêsames”. Não queria ouvir. Eu estava muito fraca, fui para 45 quilos. Fui morrendo aos poucos. Mas ainda saía minha voz. Eu me segurava no pedestal, com um banquinho. E os músicos sempre ficavam de olho em mim.

Como foi para sair disso?
Fiz tratamento de psicanálise por cinco anos, tive que tomar calmante e antidepressivo. Hoje, estou ótima. Não precisei me prostituir, me drogar, nada. Tudo natural, hoje tô com meu CD 50 pra 51, estou com minha filha grandinha, minha filha adotiva, que peguei com 21 dias, com 2 quilos e seiscentos gramas e hoje está com 21 anos.

Você adotou a menina ainda casada com ele?
Sim, quem me ajudou a adotar minha filha foram meus sogros. Olha que coincidência: no mesmo dia de meu aniversário, minha filha nasceu, 17 de março. E veja uma coisa: há oito meses eu me operei de mioma. Tive que fazer aquele batalhão de exames e tive que receber sangue. Sabe quem tinha o mesmo tipo de sangue? Minha filha. Então, essa filha Deus reservou pra mim. Sempre nos meus shows, quando eu cantava “Pequenina” [versão em português para “Chiquitita”, do ABBA], as pessoas choravam. É porque eu estava cantando para alguém muito especial que estava vindo para mim.

Como é sua relação com ela?
Eu nunca menti para minha filha, desde os seis anos ela sabe a verdade. Não sou mulher de duas caras, entende? Eu sofro demais porque sou muito verdadeira. É o caminho mais difícil. Mas o público é muito grande, muita gente bacana, muitas famílias se apaixonaram, casaram, nasceram com minhas músicas. Isso é muito gratificante, valeu a pena. Eu já sou avó, né? Estou agora com 50 anos, mas eu não sinto minha idade. Eu me sinto nos 35 anos. Às vezes, minha cabeça está de 19, porque agora é que eu estou sentindo minha juventude. Porque a primeira juventude que eu tive foi com ele, foi podada. E agora eu sou moleca, gosto de brincar, dirijo meu carro, saio. Se eu quero ver filme eu vou, saio com minhas amigas... Agora eu estou me sentindo jovem.

Você é namoradeira?
Adoro! Sou muito romântica. Sou namoradeira, mas não de me jogar encima dos homens. Mas eu canto com meus olhos, com minhas mãos. E eles se identificam com minha música. Sou apaixonada por um homem, mas ele não sabe que gosto “assim” dele. É um baita solteirão... o Daniel, da dupla João Paulo & Daniel. Eu soube até que o companheiro dele, o que morreu, gostava de mim, era apaixonado por mim. Esse tipo de pessoas assim como o Daniel...

Você o namoraria?
Ai, socorro! Nossa! A única coisa é que, se eu casar agora, não posso mais dar filhos, porque me operei. Mas se ele quiser adotar... Ele tem a carreira dele, eu tenho a minha carreira... Sempre gostei de me apaixonar por artista, mas nunca queria ter relacionamento com eles. Nunca tive. Mas, depois dos meus 40 anos, comecei a gostar dos meus colegas. Porque agora eu vou saber lidar com meu trabalho e com o trabalho dele. É um ciúme gostoso. E eu gosto quando o público torce por você. Minha prioridade é essa. Então, deixo tudo nas mãos de Deus, que venha naturalmente. Eu sou muito romântica, eu gosto que a pessoa me dê flores, que se preocupe comigo. Não precisa me dar jóias nem carrões. Eu só quero atenção e carinho. E, principalmente, respeito. Porque o outro que vai surgir só vem pra somar nossa felicidade.

E fora o Daniel, quem você namoraria?
Ih, eu assistia “Casa dos Artistas” e “Big Brother”, Dio mio, aí eu fiquei louca com... pena que ele saiu logo no começo. A primeira vez que gostei de um artista do “Big Brother” ele chamava Fernando. Ai, Dio mio! Amei!

Amou o Fernando do “Big Brother”? Como assim?
Porque eu nunca namorei um Fernando na minha vida. E eu fiz a versão “Fernando” [do original do Abba], de repente vi aquele, ai que pão! Meu Deus, andando de sunga, fazendo aquela esteira, dando aquela cambalhota na piscina, disse, “ai, meu Deus”...

Te deu um calor?
Ah, lógico! Tesão. Porque antigamente as pessoas aqui no Brasil me diziam: “Perla, você está um tesão”, e eu não sabia o que era tesão. Eu não sou o tipo de mulher assim, mulherão. Sou muito fotogênica, mas eu, graças a Deus, não fiz plástica ainda, me cuidei muito bem, tenho minha origem indígena, gosto muito de frutas, legumes. Gosto de duas coisas: de ir pro interior e pegar as frutas no pé ou do mar.

Você mora na praia, não?
Moro, mas eu estou tentando voltar a morar em São Paulo, pois quero realizar um dos meus sonhos: montar uma casa paraguaia. Quero trazer minhas origens pra cá. Vou cantar muito “Galopeira” e “Índia”, ainda. Trazer minha comida, minha música.

O que você sente quando falam que sua música é brega?
Não sinto nada. Minha música não é brega. Eu sei que tenho um lado musical muito bonito porque não sou uma arista fabricada. Eu não engano. Pra mim, o que é chique é o brega.

O que você acha que é brega?
O brega é a pessoa ser autêntica, verdadeira. Hoje quero botar uma camisa vermelha, hoje quero uma branca, hoje quero um cinto aqui. A pessoa que tem uma característica sua, não é macaca de imitação. Isso tem muito agora. Os breguistas são autênticos. Eu descobri que o brega é todo colorido, raiz, autêntico. O chique é o falso, é metido a contar vantagem e, no final, ele é pobre de espírito e não serve pra nada. Essas pessoas falam de brega porque querem diminuir a gente. Eu acho que o sol brilha para todos. Vamos salvar o mundo!

E esse cabelo, o que você faz?
Eu gosto de cuidar, eu amo ele. Ele é assim porque eu estou bem comigo. Não fumo, não bebo, alimentação natural. Sou a rainha dos chás. Gosto muito de xampu natural. Não faço salada de frutas no meu cabelo, uso sempre o mesmo tipo de creme, não fico brincando. Se for possível, lavo com água mineral, porque hoje em dia a água tem muito cloro e isso estraga muito o cabelo. Quando eu era menina, lavava sempre no rio, ficava lindo. Uso tinta na raiz, mas eu mesma faço. Não sou freqüentadora de salão. Não tenho mais tempo para isso.




[íntegra da entrevista publicada na revista TPM, em 2002]